domingo, 16 de março de 2014

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO CONTEXTO BILÍNGUE

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO CONTEXTO BILÍNGUE

Para compreender melhor a educação das pessoas com surdez, basta fazer uma viagem pela sua história nas diversas sociedades e principalmente no contexto escolar destas pessoas. As discussões e debates que ocorreram em diferentes épocas e sociedades no que se refere ao oralismo puro e a posição gestualista. A pessoa com surdez, consideradas por muitos como um indivíduo deficiente incapaz de exercer as funções psicológicas, emocionais cognitivas e sociais ,passou por muitas dificuldades durantes décadas,a verdadeira exclusão em todos os sentidos,como deixa claro GRÉMION(1991) no seu artigo acerca da proposta bilíngue de educação do surdo,onde relata que historicamente a surdez tem sido considerada como uma enfermidade que deve ser curada. Partindo deste pressuposto, muitos pais, logo que descobre que seu filho tem surdez, imediatamente procura os centros de reabilitações e /ou clínicas para resolver o problema dos seu filho, atrasando desta forma o processo de aprendizagem do mesmo, que deveriam o mais rápido possível, está numa instituição de ensino. Pois sabe-se que este atraso na aquisição das habilidades educacionais proporcionados pela educação infantil, irá prejudicar a vida estudantil no decorrer da vida acadêmica deste educando. Segundo GRÉMION,(1991 )a dificuldade do surdo em adquirir a linguagem nos primeiros anos de vida, reflete em todo seu desenvolvimento mental, emocional e na sua integração social. Mas, oque se pode perceber é que os métodos oferecidos pelos educadores no espaço escolar, são métodos que não atendem as especificidades deste educando. Desta forma, a escola apela para os interpretes, em que muitas vezes, exercem o papel de professor tirando a responsabilidade de quem verdadeiramente é responsável pela formação do aluno. Diante desta realidade, a escola já discute métodos que eliminem as barreiras na educação do aluno com surdez mediante as políticas para a educação destes educandos e a proposta bilíngue tem sido motivo de discussão neste contexto.
                      ”A proposta bilíngue não privilegia uma língua, mas quer dar direito e condições ao indivíduo surdo de poder utilizar duas línguas; Portanto, não se trata de negação mas respeito;o indivíduo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em que se encontra”. (GRÉMION 1991).
Diante desta proposta, o aluno com surdez, terá a oportunidade de conviver num ambiente em que estejam presentes a língua oral escrita e a língua de sinais, reconhecendo que o mesmo vive num mundo bilíngue. A língua de sinais como sua primeira língua e a língua oral a segunda língua.
O atendimento educacional especializado, tem o seu papel fundamental no processo educacional do aluno com surdez na proposta bilíngue.
“O AEE PS, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e reconhecimento do potencial a das capacidades desse ser humano, vislumbrando o deu pleno desenvolvimento e aprendizagem. As diferenças desses alunos serão respeitadas, considerando a obrigatoriedade dos dispositivos legais, que determinam o direito de uma educação bilíngue, em que Libras e Língua portuguesa escrita constituam línguas de instrução no desenvolvimento de todo o processo educativo”(DAMÁZIO 2000).
Desta forma, a autora destaca três momentos didáticos- pedagógicos nas ações do profissional do aee importantes para o desenvolvimento do aluno com surdez: O atendimento educacional em libras, onde o profissional do aee, acompanha o conteúdo curricular todos os dias do aluno com surdez; O atendimento educacional especializado para o ensino da língua portuguesa- escrita, ensinado por uma professora, preferencialmente formada em letras para o desenvolvimento da competência linguística. O atendimento educacional especializado para o ensino de Libras em que este profissional deva ser qualificado para ministrar as  aulas. Diante disto, percebe-se a necessidade de um olhar especial de como estes atendimentos estão sendo realizados nos espaços escolares e  quais as condições em que as escolas se encontram atualmente para se fazer cumprir os direitos deste aluno, mediante a sua especificidade no seu processo educativo.


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